A Sexta Extinção

Texto por: Bruno Hech Dominski, João Victor Krüger e Kathleen Yasmin de Almeida

Quando se fala em extinção, o que vem na sua cabeça? 
    Você pode pensar em espécies-bandeira da conservação, como mico-leão-dourado e onça-pintada, ou então nos famosos dinossauros, que são parte do nosso cotidiano desde apelos cinematográficos até iconografias na moda, brinquedos… O ponto é que esse é um conceito apresentado para nós desde cedo, uma criança com sua pelúcia de T-rex tem noção que esse animal não existe porque foi extinto, seja lá o que isso signifique.
    Na história da Terra ocorreram 5 grandes extinções, com causas variadas,  desde erupções vulcânicas até meteoros atingindo o planeta. Mas o que está em debate hoje em dia é a existência de uma sexta extinção em massa, que ocorre, veja só, atualmente e por culpa do homem.
    Para saber se o que o homem provocou e provoca pode ser considerado uma extinção em massa, foi feito um trabalho comparando taxas de extinção normais com modernas. Fósseis de 2 milhões de anos foram analisados e viu-se que, em média, duas espécies entre 10.000 eram extintas a cada 100 anos. Com essa taxa, seria esperado que nos últimos 100 anos, 9 espécies de vertebrados fossem extintas, mas a realidade é outra: cerca de 477 espécies vertebradas se extinguiram desde 1900, tendo uma taxa de extinção de 53 espécies extintas entre 10.000 nesses últimos 100 anos. Se a taxa anterior fosse mantida, seria esperado de 800 a 10.000 anos para que essas 477 espécies se extinguissem.
    A história do homem extinguindo outros animais não começou recentemente. Algumas famosas extinções podem ser atribuídas a nós, como as dos grandes animais terrestres, há 50.000 anos atrás. 
Alguns dos animais da megafauna do Pleistoceno. Em ordem: Boi almiscarado, Bisão siberiano, Rinoceronte lanudo e Cavalo selvagem. Imagem adaptada. Fonte: web. 
   Um estudo de 2011 tentou entender como a união de efeitos climáticos e seres humanos moldaram a história da extinção da megafauna. Os resultados mostraram que espécies como o bisão siberiano e o cavalo selvagem foram extintos por seres humanos caçadores, já as extinções do boi almiscarado na Eurásia e do rinoceronte lanudo parecem ter mais relação com o clima. Cientistas brasileiros observaram que muitas das extinções ocorreram na ausência de alterações climáticas, mas quase nenhuma foi independente da chegada humana. A conclusão foi que a ação humana foi causa necessária, enquanto a mudança ambiental apenas contribuiu em algumas ocasiões, decretando onde e quais espécies seriam extintas.
    Além disso, podemos ser um dos responsáveis pelo desaparecimento de outros hominídeos: os Neandertais. Hipóteses apontam que em nossa saída da África, carregamos doenças que dizimaram populações neandertais, outras que a competição com nossa espécie tenha sido sua perdição. Evidências fossilíferas sugerem conflitos violentos entre nossas espécies e competição por recursos.
Representação artística de Neandertais com suas ferramentas. Fonte: web.
Mas, sabendo de tudo isso, o que podemos fazer? 
    Primeiramente, aceitar que o homem extinguiu algumas espécies é um ponto crucial para sabermos mais sobre nossa história. Não vai adiantar culpar nossos antepassados pelo que aconteceu com os cavalos selvagens da era do gelo, o importante é olhar para o que fazemos agora, como contribuímos com extinções desenfreadas à nossa volta e como podemos mudar atitudes e ajudar a natureza.

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